domingo, 23 de maio de 2010

Petites Planètes

Um tempo atrás, eu achei por acaso uma foto linda, e descobri o mundo dos small worlds, petites planètes, ou projeção estereográfica.

Basicamente, você tira uma fotografia panorâmica 360 graus, do nadir ao zênite, e depois rotaciona em torno do nadir, deformando conforme a parte superior se estica para fazer a rotação. Fica uma coisa linda, como esta:


(tirada desta galeria)

Os pequenos planetas lembram algo do pequeno príncipe, e eu não consigo evitar a sensação de magia que emana deles. Tem uns tão lindos, outros misteriosos, outros que mostram uma vida de cidade grande, outros despovoados... Porcurem no google! Vou colocar aqui alguns links de planetas que eu gostei, dos que encontrei hoje, mas ainda não achei de novo o planeta que até agora foi o meu preferido, o mais caricato.

Este aqui é uma linda catedral à noite... e este é uma pitoresca vila de pescadores. Explorem o álbum para mais alguns que são lindos, e principalmente urbanos, como este em Veneza.

Gosto particularmente do aspecto de conto solitário deste, da árvore e casinha deste, o aspecto de eclipse que temos neste... Este é uma vilinha medieval, este tem um campo bonito, e este é pouco maior que a raiz das árvores que sustenta. Também gosto deste jardim (by beeloba), mas se eu for colocar todos os que eu gostei, não vou acabar nunca.

Também há os que começam a fazer coisas diferentes, como esta, e há os que rotacionam em torno do zênite, fazendo túneis assim.

Aqui tem um video de uma divulgação de um evento, que usa alguns planetinhas.

É isso, só queria compartilhar com vocês.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Domingo

Domingo foi um dia bonito.

Fui pegar o Trem das Onze na Luz, com meu pai. Passeamos no parque da Luz e fomos na Pinacoteca. Comemos coxinha e conversamos.

Depois, o Ziza veio aqui em casa, com Alê e filhos. O Bruno chegou primeiro no portão e já perguntou se a Alice estava aqui. Não. Ele é uma gracinha. Depois, quando eu estava assistindo o Ennzo jogar videogame, o Ziza sentou do lado e ficou conversando comigo. Sobre o coração.

Sabe, família é o máximo mesmo. Quem imaginaria meu tio me dando esse tipo de apoio?

Fora isso, ainda estou gripada. Aposto o que vocês quiserem que é psicossomático.

Isso quer dizer que até amanhã ou depois eu saro, porque cansei.

Ditado

Sabe, eu nunca acreditei quando as pessoas diziam "longe dos olhos, longe do coração".

Sempre tive pessoas muito entranhadas no meu coração que estão indeterminadamente longe dos meus olhos.

Mas agora talvez seja a hora de aprender a fazer esse ditado virar verdade.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Noite

Esta noite de hoje está fria, e minha garganta dói. Mas achei o reminiscente de uma outra noite mais bela, de tanto tempo atrás, novamente 2003.

Noite

Ah... o ar da noite é pura magia.
Esse cheiro de dia terminando, esfriando, as emoções acalmando, Deus não podia ter inventado coisa melhor que esse suave frescor... O cheiro que vem no vento é tudo, é nada, é um pouco da vida da gente, tudo isso catalisado e acalmado, o burburinho vai diminuindo paradar lugar às atividades delícias da noite... barzinhos, banhos, cafés, livros nas varandas... e as baladas, com suas meninas ensandecidas, rapazes instintivados e drogas e música e loucuras, as baladas se isolam desse ar sadio, mas dele aproveitam a escuridão e a diversidade de vida que por ele passou.

A noite é dos corações inquietos.
É da lua. Das corujas. Dos automóveis. Das pessoas e dos cães vadios... A noite após a pizzaria foi a Paulista e seus carros exibicionistas, os recantos entre os prédios, os riacho entre as flores, conversa ao luar, violão no coração de São Paulo.

A noite é mãe de amores, é avó de paixões, babá dos enamorados. Cuida dos gatos nos telhados e dos mendigos dormindo sob as barracas nas quais de dia vendem artigos mil.

É a noite.

A noite me traz uma melancolia repleta de satisfação.
E meu irmão me traz uma serenata de amor.

domingo, 9 de maio de 2010

Janela

Vou colocar aqui um texto que escrevi anos atrás, mais precisamente em 2003. Até é baseado em fatos reais, mas é principalmente uma obra literária.

Janela

Do meu telhado, eu vejo uma janela. De fato, vejo muitas. Algumas sempre abertas, outras nunca. Há aquelas com flores, e as sisudas, as cheias de gatos. Aquela uma, porém, é mistério. Havia um dinossauro de montar fosforescente. Sumiu. Havia uma guitarra. Desapareceu. Inúmeras vezes as venezianas abertas me mostraram as portas escuras do armário aberto. Ainda outras, roupas no peitoril.

No entanto, nunca nela vi gente. Gente nenhuma. Movimento nulo. Mistério.

A janela me observava. Eu andava no telhado. Cantava com minha irmã. Jogava bola. Buscava bola. Fazia churrasco. Varria. Chovia. A janela me observando, sempre.

Ela sabia de meus segredos, dos choros secretos nos recantos das telhas, das músicas alegres, das lições de matemática, e eu, que sabia dela? Sabia que era puro medo, um olhar sempre presente, avassalador.

Passaram-se anos.

E ele me vira: você é minha vizinha!
Eu: hein?
Eu já te vi no telhado!
Mas como?
A janela é minha.

Os minutos. Ele sabia de tudo de mim. O que eu sabia?

Era seu o dinossauro da janela?
Ele: nossa.
Medo.

Era tudo o que eu sabia. Ele sabia tudo. Mas ele invadia o telhado, eu invadi o quarto. Surpresa.

Por que no telhado?
Por que o dinossauro?

Encaramo-nos. Insustentáveis. Dois que se sabiam em detalhes indizíveis e insabíveis. Começo de tudo?

Fim de tudo.

Não subi no telhado.
Ele fechou a janela.
Mudamos de casa.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Comentário sobre a polêmica

Acho que eu não deixei claro o quão carnal, pessoal, selvagem, visceral, absolutamente individual, é a decisão da mulher sobre seu próprio corpo ou seu próprio filho.

Não consegui passar exatamente meus sentimentos no assunto, mas fica pra próxima.

PS: Ná, saudades!