sábado, 3 de abril de 2010

Xplosion

Olha.

Eu acabei de descobrir que talvez eu seja uma pessoa histérica em momentos de perigo.

Não que eu tenha reparado em mim mesma. No momento em que a nossa prosaica pintura de ovos cozidos foi interrompida por um *POC* e um chiado bem alto, olhei para as panelas (de onde pareceu vir o som), respirei fundo e não senti cheiro de gás (portanto era lá fora), e saí correndo. Berrei "PAAAI!!!" em direção ao quarto, e de novo em direção à garagem (não vi que ele estava passando atrás de mim), peguei minha bolsa e havaianas no quarto, passei na sala, vi que a Tigrinha ainda estava deitada no sofá, corri para pegá-la, alcancei todo mundo na porta da frente. Meu pai gritou para achar o telefone da Ultragaz, voltei pro computador, peguei um dos números e saí. Alguém tinha sumido com a chave do portãozinho e todos se sentiram meio estúpidos de estarmos fora da casa num espaço pequeno e sem poder sair pra rua, então fomos para o jardim. O cheiro de gás já estava subindo, eu e minha mão ligando pros bombeiros (deveríamos ligar pra Ultragaz - na próxima já sabemos). Enquanto eu ligava e discutia com uma mocinha que me disse para colocar o bujão em local arejado (imagine eu carregando isso - 3 bujões de 45 litros que já estão em local arejado), não acender a luz (deveria ter dito para não apagar também) e esperar esvaziar, minha mãe tinha colocado meu pai no telefone com outra atendente que o mandou checar o bujão e ver se dava para fechar a válvula. Ele desceu, com a respiração presa, fechou um, subiu, respirou, desceu, fechou outro.

Aparentemente um deles veio com pressão demais e estourou uma mangueira.

Ficamos lá fora, terminando os ovos, por uma meia hora, e a Marina me contou que eu parecia histérica. Ela ficou calma quando viu meu pai indo para o centro da confusão ver o que estava acontecendo. Pois é.

Aparentemente, tenho que aprender a ser uma pessoa controlada em emergências. Bolas. Eu tinha um ideal tão lindo de que eu poderia ajudar os outros ao invés de atrapalhar, e agora já não tenho certeza.

Não sou uma pistoleira - meu pai é. Minha irmã talvez seja também, sei lá. (referência de A Torre Negra)

3 comentários:

Unknown disse...

Opa, esse post me deu idéia para escrever :-)
http://wp.me/sMqei-reacao

Ozzer Seimsisk disse...

Não acho que eu seja uma pistoleira. É mais provável que eu só confie meio cegamente no discernimento do meu pai. Eu simplesmente tive menos reação que você.

Acho que preciso aprender a ter mais atitude em emergências.

Talita Salles disse...

Hm... Talvez o Marco tenha o meio termo, então, entre falta de reação e reação excessiva! :)

E, on a side note, eu acho que vc é pistoleira, sim.