Olha.
Eu acabei de descobrir que talvez eu seja uma pessoa histérica em momentos de perigo.
Não que eu tenha reparado em mim mesma. No momento em que a nossa prosaica pintura de ovos cozidos foi interrompida por um *POC* e um chiado bem alto, olhei para as panelas (de onde pareceu vir o som), respirei fundo e não senti cheiro de gás (portanto era lá fora), e saí correndo. Berrei "PAAAI!!!" em direção ao quarto, e de novo em direção à garagem (não vi que ele estava passando atrás de mim), peguei minha bolsa e havaianas no quarto, passei na sala, vi que a Tigrinha ainda estava deitada no sofá, corri para pegá-la, alcancei todo mundo na porta da frente. Meu pai gritou para achar o telefone da Ultragaz, voltei pro computador, peguei um dos números e saí. Alguém tinha sumido com a chave do portãozinho e todos se sentiram meio estúpidos de estarmos fora da casa num espaço pequeno e sem poder sair pra rua, então fomos para o jardim. O cheiro de gás já estava subindo, eu e minha mão ligando pros bombeiros (deveríamos ligar pra Ultragaz - na próxima já sabemos). Enquanto eu ligava e discutia com uma mocinha que me disse para colocar o bujão em local arejado (imagine eu carregando isso - 3 bujões de 45 litros que já estão em local arejado), não acender a luz (deveria ter dito para não apagar também) e esperar esvaziar, minha mãe tinha colocado meu pai no telefone com outra atendente que o mandou checar o bujão e ver se dava para fechar a válvula. Ele desceu, com a respiração presa, fechou um, subiu, respirou, desceu, fechou outro.
Aparentemente um deles veio com pressão demais e estourou uma mangueira.
Ficamos lá fora, terminando os ovos, por uma meia hora, e a Marina me contou que eu parecia histérica. Ela ficou calma quando viu meu pai indo para o centro da confusão ver o que estava acontecendo. Pois é.
Aparentemente, tenho que aprender a ser uma pessoa controlada em emergências. Bolas. Eu tinha um ideal tão lindo de que eu poderia ajudar os outros ao invés de atrapalhar, e agora já não tenho certeza.
Não sou uma pistoleira - meu pai é. Minha irmã talvez seja também, sei lá. (referência de A Torre Negra)
sábado, 3 de abril de 2010
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3 comentários:
Opa, esse post me deu idéia para escrever :-)
http://wp.me/sMqei-reacao
Não acho que eu seja uma pistoleira. É mais provável que eu só confie meio cegamente no discernimento do meu pai. Eu simplesmente tive menos reação que você.
Acho que preciso aprender a ter mais atitude em emergências.
Hm... Talvez o Marco tenha o meio termo, então, entre falta de reação e reação excessiva! :)
E, on a side note, eu acho que vc é pistoleira, sim.
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